segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Suvenir



Não me aguardes neste lugar
por onde não irei passar

fuja, em quanto há tempo
e se livre desse tormento

já não há em mim vontade
de voltar a esta cidade

o sangue já lava calçadas
a carne ao sol é queimada

as faces são modeláveis
as fases são descartáveis

o piso é movediço
o encontro é um sumiço

as plantas são venenosas
as flores são perigosas

as cores perderam a tinta
e tudo se enxerga em cinza

o afago do vento corta
galhos de árvores mortas.

David Henrique

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