Talvez
considerem uma atitude árcade usar a fuga da realidade na tentativa de não
lembrar os fatos recentes que me afetam de várias formas. Mas é a arma que
possuo no momento. Minha cabeça não para
nem enquanto durmo (principalmente enquanto durmo). Sonhos lúcidos, não
lúcidos, paranoias, turbilhões de imagens, ideias e pensamentos. Não encontro
significados claros ou explícitos. Tudo isso me faz passar muito tempo
refletindo sobre o que consigo lembrar, até chegar a um ponto em que a reflexão
não avança mais. Pausa. Distraio-me com coisas que aliviam o peso das memórias
e neuroses. Conforto-me nos braços de quem penetra meu coração. Volto para este
mundo em que se comemora o carnaval. Espalham-se pelas ruas pessoas alegres (ou
não), bêbadas, loucas, e etc. De todas as formas e adjetivos possíveis. No
momento, o que importa para elas são as pulsações dos ritmos que não deixam
ninguém quieto. Carnaval, carnes, avais, carnavais exclusivos dentro de um
mesmo carnaval. A música é o que me interessa, a putaria não. Temos várias opções
na porta dos ouvidos, desde as mais prazerosas às mais esdrúxulas. Temos também
a opção de conhecer o novo, isso me interessa bastante. Isso leva minha mente
aonde ela quer chegar, mesmo que por um tempo. Deixo-me ir pelo embalo das
ondas sonoras que atravessam o âmago causando êxtase e me lançam às nuvens.
Após os deleites, o ciclo diário se refaz. Não fujo exatamente da realidade,
permeio outras realidades para não me prender a uma. O mundo não para de girar,
cada minuto passado é um pedaço de vida a menos. É preciso correr em busca de
vivências para não perder os pedaços que nos restam. A melhor parte da vida se
encontra em pedaços aproveitados. Aproveitem enquanto há tempo.
(David
Henrique)
perfeitoo adorei!!
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